Viagens costumam funcionar como excelente desculpa para deixar a alimentação saudável de lado e experimentar os sabores e tentações dos mais diversos destinos. Comidas, temperos, bebidas exóticas, tudo isso faz parte das melhores recordações que podemos trazer conosco. Explorar o paladar é e sempre será um dos esportes favoritos de qualquer viajante. No entanto, quem tem uma rotina de muitas idas e vindas pode acabar exagerando na dose e ter, inclusive, problemas de saúde. Por isso, fomos atrás de dicas para você aproveitar esses pequenos e irresistíveis prazeres das viagens, mas sem “sair da linha”.
A nutricionista Priscila Schramm Gonsalez, que vive em Londres e trabalha como personal diet em parceria com o chefe de cozinha da embaixada brasileira, afirma sem meias palavras que “é possível manter uma alimentação saudável em viagens”. De acordo com Priscila, basta tomar alguns cuidados simples, mas que começam antes mesmo do embarque. “Como durante o voo, principalmente os longos, pode ocorrer retenção de líquido e inchaço, é interessante consumir alimentos ricos em potássio antes da viagem. Pode ser abacate, semente de abóbora e frutas em geral, além de beber bastante líquido”.
No aeroporto, a dica é fazer as escolhas certas. “Sempre há opções de sanduíches naturais e sucos. Em alguns terminais também dá pra encontrar frutas picadas e iogurte”, lembra Priscila. No avião, o melhor a se fazer é não depender da comida servida à bordo. “O ideal é levar pacotes fechados de alimentos mais saudáveis, como um saco de castanha, por exemplo. Vale lembrar também que a própria pressão da cabine dificulta a digestão, então facilitar esse processo com comidas mais leves é sempre recomendável”.
Restaurantes, hotéis e fartura
Não importa o destino, sabores quase sempre farão parte do roteiro. Nos hotéis, é preciso encarar cafés da manhã quase obscenos de tanta fartura. Nas ruas, restaurantes e bares mundialmente famosos funcionam como verdadeiros ímãs às tentações. E à noite, muitas vezes é difícil escapar dos conhecidos happy hours, regados a bebidas e deliciosos petiscos. Em cenários como esses, manter uma alimentação saudável parece até missão impossível, mas não chega a tanto.
Essa, inclusive, era uma discussão que a nutricionista tinha frequentemente com executivos que atendia no Brasil. “Eles trabalhavam com a implementação de sistemas em diversas cidades do país e do exterior. Por isso, tinham muita dificuldade de manter uma dieta balanceada”, conta.
A solução encontrada não poderia ser mais simples. Como costumavam ficar hospedados sempre nos mesmo hotéis, Priscila recomendou que os executivos fossem conhecer as cozinhas desses lugares para falarem pessoalmente com os chefes. “Se a pessoa tem alguma restrição alimentar ou as refeições do lugar fogem muito do que estamos habituados, essa conversa vale para tentar adaptar o hotel e deixar a alimentação servida mais parecida com a que estamos acostumados”.
Se isso não for possível, o conselho é passar em mercados e estabelecimentos locais. Neles, é muito provável que você encontre frutas e outros alimentos mais saudáveis que podem complementar suas refeições. Dessa forma, é possível comer e provar de tudo, mas sem exageros. “Explorar os alimentos locais e conhecer restaurantes faz parte da viagem. Deve-se, sim, comer de tudo, mas tendo os cuidados que mencionamos”, finaliza a nutricionista.